Uma das cidades mais especiais do mundo , sonho de consumo de dez entre dez viajantes, Veneza reside na imaginação de cada um de nós como um lugar singular.Construída em várias pequenas ilhas interligadas por pontes, não há que não se empolgue ao ver as gôndolas circulando por seus canais cercados por belos palácios, magníficas igrejas, seu elegante carnaval e os mais que famosos festivais. Por mais preparado que se vá, ela sempre terá surpresas.

Independente da época do ano, Veneza está sempre cheia de admiradores boquiabertos percorrendo suas estreitas vielas examinando e fotografando cada detalhe deste deslumbrante destino, quando se depara com um … puxadinho na laje. Anda mais um pouco e descobre outro e mais outro. Que coisa mais esquisita…

Os “puxadinhos” de Veneza fazem parte da paisagem da cidade desde o século treze. São os tradicionais “Altane”, terraços de madeira que ficam sobre os telhados das antigas casas da cidade.

Essas estruturas que parecem flutuar, são apoiadas em pilares. O acesso é feito por uma escada interna e proporcionam aos seus moradores um excelente ponto de observação.

A maioria das ruas de Veneza é estreita e em muitas casas o telhado é único local da que recebe sol. Em um lugar tão umido, a “altana”é uma brilhante e saudável solução para minimizar a sensação de claustrofobia sem utilizar nenhum espaço adicional no terreno.

Nela são colocadas as plantas, a roupa para secar e os ocupantes podem tomar um pouco de sol ou tomar um vinho com amigos, tendo uma vista bem mais bacana que a porta do vizinho a cinco palmos de sua janela.

Consta que no passado os altane eram os locais usados pelas senhoras para clarear os cabelos sob o sol depois da aplicação de um preparado especial. O resultado era um tom de louro avermelhado. O chamado “biondo veneziano”, é uma cor de tintura ainda usado.

Os “Altane” que vemos hoje em dia mantém praticamente a mesma configuração de quinhentos anos atrás. Olhando de baixo parecem delicados ninhos nos telhados das casas. Apesar da aparência, pelo tempo que estão lá sem dúvida são firmes.

Da mesma forma são as gôndolas. Como podem aqueles barcos tão finos que aparentam fragilidade conduzidos por uma só pessoa em pé e com um único remo se manterem estáveis em águas agitadas? São essas sutilezas que fazem de Veneza uma cidade tão diferente.