Quando se fala em castelos, uma das imagens mais conhecidas no mundo é a do Castelo de Neuschwanstein em Hohenschwangau, perto da cidade de Fussen, na Bavária. Fonte de inspiração para o Castelo da Bela Adormecida na Disneylandia foi erguido pelo rei Ludwig II, que pouco o aproveitou, pois morreu afogado seis meses depois de se mudar para lá. É uma das atrações turísticas mais visitadas na Alemanha e um fantástico bate e volta para quem está em Munique.
Por não dominar a língua alemã e julgando ser complicado o deslocamento, muitos tendem a aderir a uma excursão. Embora os preços não sejam exorbitantes, nem todos querem conhecer uma outra cidade próxima ou se submeter a um tempo de permanência limitado à visita dos castelos de Neuschwanstein e de Hohenschwangau (ali pertinho, onde o rei de fato residiu praticamente toda a vida).
Considerando a enorme vantagem dos bilhetes de transporte regionais na Alemanha, o “Bayern Ticket”, por exemplo, permite viagens ilimitadas por toda Bavária em trem local, ônibus bondes ou metrô, para um grupo de até cinco pessoas viajando juntas. Funcionando a partir das nove horas da manhã até às três da manhã do dia seguinte em dias de semana e da meia noite até às três da manhã do dia seguinte nos fins de semana e feriados é uma verdadeira barganha. Informações: https://www.bahn.com/en/view/offers/regional/regional-day-tickets.shtml
Outro fator que contribui a favor do passeio “solo”, além da passagem barata e da simplicidade da viagem de trem, é a extrema organização na administração dos castelos. As visitas ao interior são marcadas com um intervalo de duas horas para permitir o deslocamento entre os castelos e duram precisamente 30 minutos cada.
Sendo obrigatoriamente guiadas por um membro da própria equipe e com número de participantes limitado, para evitar esperar vagas, devem ser compradas antecipadamente. É preciso chegar uma hora antes da primeira visita para trocar o comprovante da compra pelo ingresso em um guichê exclusivo. As informações claríssimas e mastigadas estão aqui.
Os dois castelos ficam no vilarejo de Hohenschwangau A viagem a partir de Munique é feita em duas etapas: De trem até a cidade de Fussen (grafado com trema no “u” ou Fuessen), trajeto em torno de duas horas. De lá, um ônibus local, levando cerca de 15 minutos.
As linhas 73 ou 78, com uma frequência média de 30 minutos partem de trás da estação de Fuessen em horários coordenados com as chegada dos trens. O valor desta passagem é também compreendido pelo “Bayern Ticket”. A parada do ônibus em Hohenschwangau fica a poucos metros do prédio da bilheteria dos castelos.
Coordenar este passeio foi trabalhoso, pois estaria lá no inverno, época em que os castelos encerram o expediente às 15h30. Como pretendia usar o “Bayern Ticket”, cuja vigência começa às 09h00, só poderia sair de Munique no das 09h52. Fazendo as contas, restaria pouquíssimo tempo para explorar a área dos castelos, pois além das 2 horas de viagem, ainda teria o trecho em ônibus de Fuessen Fuessen para chegar, como solicitado, uma hora antes da visita na bilheteria e trocar o comprovante de compra pelos ingressos.
Não me conformava com o fato de que para embarcar no trem anterior, o das 08h52, teria que por míseros oito minutos pagar a tarifa cheia. A diferença era enorme: um único bilhete de ida custava mais que o passe ilimitado por um dia para duas pessoas. Foi aí que pensei na possibilidade de embarcar de uma estação mais adiante em Munique, entrando no trem depois das nove horas.
Notando que o trem das 08h52 parava na estação de Geltendorf, na zona 12 de Munique, às 09h22, já dentro do horário do “Bayern Ticket”, comprei, além do passe, uma passagem unitária abrangendo todas as zonas, que validei ao embarcar no centro de Munique no próprio trem das 08h52. Como a data de vigência do “Bayern Ticket” vem impressa no passe, nem foi preciso descer do trem para validá-lo.
Consultar os horários das paradas intermediárias no sítio da DBahn foi fundamental para eu poder calcular quantas zonas tarifárias dentro da rede da MVV eu precisaria pagar. Também descobri que naquele dia, horário e itinerário específico não haveria necessidade de baldeações. A propósito: O trem partiu de Munique pontualmente às 08h52 e fez uma parada em Geltendorf (zona 3 da MVV) precisamente às 09h02, estação onde embarcaram os agentes de fiscalização para conferir as passagens. Para consultar as tarifas: http://www.mvv-muenchen.de/en/tickets-fares/fares/index.html
Algumas informações adicionais:
– Não pudemos tirar a planejada (e clássica) foto do Castelo de Neuschwanstein da conhecida e balançante ponte “Marienbrucke”. Pretendíamos subir de ônibus e descer na parada um pouco acima da entrada do Castelo de Neuschwanstein, antes do nosso horário de visita. Naquele dia, por causa da neve, os ônibus não estavam subindo e as trilhas interditada;
– Se tiver a oportunidade de ir até “Marienbrucke” não deixe de percorrer ao menos um pedacinho da trilha “Pollatschlucht”. Há um trecho até a entrada do Castelo de Neuschwanstein. A trilha, parte em uma escada de pedras, acompanha a cachoeira ao longo do desfiladeiro terminando na entrada do castelo. É bastante seguro se estiver seco;
– A subida para o Castelo de Neuschwanstein pode ser feita por ônibus, com parada próxima da ponte “Marienbrucke”, mais descida a pé de 600 metros, por charrete, com parada uns 300 metros abaixo do castelo, ou a pé, por uma estrada íngreme, num percurso que toma pouco mais de meia hora;
– Quebramos a cara por deixar o almoço para o final. Talvez pelo fato de ser baixa temporada, todos os restaurantes da área estavam fechando depois que o “expediente” dos castelos terminou;
– O “Bayern Ticket” assim como todos os passes regionais na Alemanha são válidos exclusivamente em trens locais (Interregio-Express, Regional-Express, Regionalbahn, S-Bahn), normalmente mais lentos por fazerem muitas paradas. São mais baratos nos terminais de autoatendimento do que nas bilheterias e não há desconto para compras antecipadas;
– Nem todos os trens entre Munique e Fuessen são diretos. Em alguns horários é preciso fazer baldeação em Buchloe. Consulte os horários no sítio da DBahn para não ser apanhado de surpresa.
– Para poder viajar no trem que partia de Munique antes das nove da manhã, hora em que começa a valer o passe “Bayern Ticket”, precisei comprar além dele, uma passagem unitária de transporte municipal da “MVV” abrangendo 3 zonas tarifárias. Este segundo bilhete cobriu o trecho percorrido pelo mesmo trem antes do horário de vigência do passe.