Por ser o sonho de muita gente, a fantástica Barcelona na Espanha vive lotada de turistas. Quem a visita nos meses de verão precisa levar junto com a bagagem paciência para enfrentar filas ou disputar espaço em uma calçada. Caso esteja na cidade nesta época com o limite prestes a ser atingido, conceda-se uma trégua: Por incrível que pareça, existe uma atração que apesar de relevante, é miraculosamente esquecida pelas hordas: o Mosteiro-Museu de Pedralbes.
Escondido no elegante bairro residencial de Pedralbes facilmente acessível por trem ou ônibus, o Reial Monestir de Santa Maria de Pedralbes é um admirável exemplo da arquitetura gótica. Com quase setecentos anos suas instalações estão em excepcional estado de conservação. Em uma atmosfera de tranquilidade é possível viajar no tempo e ter uma boa ideia do que teria sido o cotidiano da vida monástica em tempos tão antigos.
Sempre administrado pela Ordem das Clarissas, o mosteiro foi fundado em 1326 pela rica Rainha Elisenda de Montcada, esposa do rei Jaume II, como forma de redimir os pecados de sua família. A região, que na época ficava fora dos limites da cidade, recebeu o nome de Pedralbes por causa das pedras brancas lá existentes, utilizadas na construção. Declarado monumento histórico e artístico nacional por volta de 1930, foi comprado pela municipalidade de Barcelona em 1972 que construiu nas proximidades um moderno convento para as freiras se instalarem e o transformou em museu aberto para o público em 1983.
O bonito jardim do claustro com uma fonte com carpas e vegetação abundante, foi usado pelas freiras no passado para cultivar flores e plantas medicinais. Vale a pena observar em um dos ângulos a interessante recriação feita pela fundação de museus de Barcelona, o MUHBA, de um jardim medicinal medieval. Neste mesmo pavimento, nas galerias do claustro as antigas celas utilizadas pelas religiosas para seus momentos de oração durante o dia, o salão capitular e a cozinha.
Nos andares superiores, o antigo dormitório onde estão expostas as obras de arte. Há pinturas, manuscritos, mobiliário e peças em ouro e prata. O acervo é bastante interessante com peças raras e valiosas, pois o mosteiro era destinado a moças ricas. No passado, quando uma jovem ingressava em um mosteiro, as famílias faziam doações semelhantes a um dote em dinheiro ou objetos de valor.
Outros destaques são o túmulo da Rainha Elisenda, e a despojada igreja, que funciona com horário curto diferente do museu, com um retábulo gótico e vitrais muito bonitos. Há também a pequena capela de San Miguel com afrescos do século 14, considerado por muitos um dos pontos altos da visita.
Apesar de distante da área central, é bem simples chegar ao mosteiro:
– De trem da FGC, linha 12 (não confundir com metrô – o acesso na Plaça de Catalunya é em frente ao Café Zurich) até a estação Rainha Elisenda mais caminhada de dez minutos pelo Passeig de la Reina Elisenda e Carrer del Bisbe Català;
– De ônibus, linha 68, direção Plaça de la Llibertat, que também sai da Plaça de Catalunya, em frente ao Centro Cultural Caja Madrid, para saltar na Carrer del Bisbe Català, a cerca de 200 metros da entrada;
– De metrô, linha 3 até a estação Maria Cristina/Palau Reial, mais uma longa caminhada pela Av. Pedralbes ou cortando caminho pelo Parc de Pedralbes
O Monestir de Pedralbes fica na Baixada del Monestir, 9. Funciona das terças aos domingos, sendo que no primeiro domingo de cada mês e nos demais domingos a partir das 15h00 a entrada é gratuita. Os horários variam ao longo do ano e devem ser consultados em: http://monestirpedralbes.bcn.cat/es/visita/horarios_precios