Programas de televisão sobre culinária existem desde que essa mídia foi inventada. Sem dúvida é uma receita de sucesso para quem se propõe a produzi-los. É impressionante a quantidade de pessoas que assiste.

O engraçado é que eles parecem com o ato de comer pipoca: Você não está interessado, está apenas zapeado, mas se pára por mais de um minuto naquele canal, já era… Você foi fisgado e vai assistir ao programa até acabar.

O que outrora era feito de forma improvisada, quase amadora e se restringia aos horários menos importantes, tem hoje status de superprodução. Não são poucos os renomados “chefs” que possuem seus programas.

Há espaço para todos os gostos: Programas especializados em cozinha metida ou sofisticada, os de culinária “muderna/conceito”, comida para quem não tem tempo para cozinhar, mas tem para assistir televisão.

E ainda há séries especiais, em que o chef sai pelo mundo fazendo turismo e aproveita para mostrar que também sabe fazer variações de pratos típicos de outras culturas. E as receitas sempre são preparadas em locações de cartão postal.

Quem vai passear na Grécia acaba entrando nessa onda: Não dá para resistir à maravilhosa comida daquela terra. Começa a bolar mentalmente, ou perguntar a receita daquela delícia que acabou de saborear. Daí é um pulinho para começar a prestar atenção na enorme quantidade de vendedores de rua oferecendo ingredientes e possibilidades para bonitas fotografias.

Alguns tão bonitos que dá vontade de aprender a cozinhar para se transformar em “chef” com programa na televisão. Daria para unir o prazer de viajar, criar uma comida gostosa, alegrar os outros e ainda ganhar dinheiro com isso.

Pensando bem, acho que é melhor do jeito que está: Sair de férias, viajar, provar comida gostosa, alegrar a mim e aos outros e poder fotografar os vendedores ambulantes gregos sem compromisso. Se eu tivesse uma equipe de produção e um patrocinador interagindo no meu sagrado momento de lazer poderia não ter o mesmo sabor.