É bastante comum as pessoas torcerem o nariz para prédios modernos que surgem esquecendo que os “antigos, esses sim, bonitos e com valor” já foram em algum momento novidade e também suscitaram antipatia e polêmica quando inaugurados. Nada que o tempo não se encarregue de encaixar nos corações desse povinho falador.
Em Paris, criticar novas construções é uma prática esportiva bastante comum. Até hoje ainda tem gente que trata a famosa Pirâmide do Louvre de “uma cicatriz na cidade”. Quem projeta essas construções deve adorar: O trabalho recebe atenção da mídia e rapidamente fica famoso. Entretanto, isso gera efeitos colaterais. Muitos turistas se deixam influenciar por críticas negativas e, na dúvida, não visitam algumas atrações de real valor.
O Centre Pompidou é uma das vítimas desse preconceito entre alguns turistas que vão a Paris. Sua fachada de vanguarda e incomum já privou muita gente boa de conhecer seu vasto acervo de obras dos séculos 20 e 21, o que é uma grande pena. O que você imaginar de artista moderno ou contemporâneo vai encontrar lá. A coleção é excelente.
Beaubourg, como é conhecido na intimidade pelos franceses, é um tremendo centro cultural que não se restringe a alguns milharezinhos de quadros. O Centre Pompidou – Musée National d’ Art Moderne oferece uma fervilhante programação abrangendo as mais variadas manifestações da arte moderna, sempre com uma ou mais interessantes exposições temporárias. Possui também uma excelente e procuradíssima biblioteca com recursos multimídia além de salas de cinema e teatro.
O prédio em si é mais uma escultura de “arte moderna”. O projeto de Renzo Piano, Richard Rogers e Gianfranco Franchini foi vencedor de um concurso internacional. Concluido em 1977 continua até hoje recebendo críticas por suas formas. Com relação ao conteudo e às atividades oferecidas, Beubourg é um sucesso unânime entre os parisienses.
O acesso aos diversos andares por escadas rolantes dentro de um tunel transparente ao longo da fachada é um capítulo a parte. À medida que se sobe vai se descortinando uma belíssima vista de Paris. Assistir ao por do sol dali é algo que merece até ser programado.
Depois de enfrentar sua filazinha básica do dia para entrar no Louvre, saia um pouco da trilha do peregrino-padrão e dê uma passada em “Beaubourg” (Nem que seja para dar um valor no seu Paris Museum Pass). O horário de funcionamento é bem camarada: todos os dias 11:00-22:00h, exceto terças-feiras.
Para aguçar o apetite, além do Café ou do restaurante Georges veja só o que lhe espera : Matisse, Braque, Picasso, Juan Gris, De Chirico, Léger, Kupka, Miró, Giacometti, Man Ray, Dali, Duchamp, Kandinsky, Picabia, Tanguy, Klee, Pollock, Starck .