Conhecer Stuttgart é uma grata surpresa. Sede de poderosas empresas alemãs como Mercedes-Benz, Porsche e Bosch, além de rica e bonita, sabe ser simpática, e oferece respeitável quantidade de atrações culturais de qualidade. Apesar de não figurar no topo da lista de visitantes estrangeiros, é muito procurada pelos alemães, que aproveitam o ambiente livre de manadas de turistas ensandecidos, para tranquilamente apreciar bons museus e arquitetura criativa, como a ótima Staatsgalerie.

A Staatsgalerie reúne três prédios: A Alte (antiga) Staatsgalerie inaugurada em 1843, exibindo obras que vão da Idade Média até o século 19, a impressionante Neue Staatsgalerie, inaugurada em 1984, com um senhor estoque de trabalhos do século 20 e a extensão, inaugurada em 2002 dedicada às artes em papel.

Embora ocupe três seções, a Staatsgalerie, não divide obrigatoriamente seu acervo em ordem cronológica. Muitas vezes, a colocação das peças misturando trabalhos antigos com novos é proposital, para que os visitantes comparem as diferenças ou, em outras situações, percebam que alguns artistas modernos também adotam as mesmas técnicas que antigos mestres empregavam séculos atrás. Isso é muito bacana, porque estimula as pessoas a não percorrer o museu no piloto automático.

A certa altura do percurso, os visitantes passam da galeria antiga para a nova, através de um enorme portal neoclássico. Dá para perceber imediatamente a mudança da arquitetura para um ambiente completamente diferente, com arcos, salas monumentais e modernas, cheias de luz vinda dos telhados de vidro.

A bonita Neue Staatsgalerie é por si uma verdadeira obra de arte. Projetada pelo arquiteto escocês James Stirling, é uma das mais conhecidas representações da sempre provocativa, e por isso interessante, arquitetura pós moderna.

Em 2002, a Staatsgalerie inaugurou a terceira ala, uma nova extensão da Alte Staatsgalerie de autoria dos arquitetos suiços Wilfrid e Katharina Steib. A “Graphic Collection” abriga desenhos, aquarelas, colagens, gravuras, cartazes, fotos de arte, em um primoroso acervo de artes gráficas.

Com tanta coisa para ser vista, o museu não é indiferente ao cansaço do seu público. Seus pátios internos são convidativos e muito bonitos oferecendo aos visitantes uma agradável oportunidade para relaxar antes de reiniciar a maratona.

As legendas dos trabalhos expostos são fantásticas, não se limitando ao habitual nome da obra, autoria e ano de produção. Há uma cuidadosa descrição do contexto social ou político em que vivia o artista. Algumas informam quem encomendou o trabalho, a fonte de inspiração ou mesmo a relação daquela peça com outras do mesmo autor.

Não é à toa que a Staatsgalerie seja um dos museus mais visitados da Alemanha. Reunindo entre outros, obras de artistas franceses como Matisse, Monet, Manet, Pissaro, Renoir, Cézanne, Gauguin, excelentes exemplares da fase azul de Picasso, não esquecendo os americanos Jackson Pollock, Mark Rothko e Andy Warhol. E isso não é tudo.

A Staatsgalerie é muito bem conectada aos transportes públicos. Dá para ir tranquilamente a a pé a partir da estação central de trens. Aos sábados e quartas feiras a visitação ao acervo permanente é gratuita. O único senão é a proibição de fotografar dentro do museu. Uma pena, nem tanto pelas obras, mas pelas bonitas instalações do museu. Informações: https://www.staatsgalerie.de/en/visit/plan-your-visit.html