Há tanta coisa relevante para ver em Roma, que mesmo férias longas não conseguem dar conta. Quem prova o sabor de Roma, compreende que visitá-la uma única vez não basta. Uma vez encarada a realidade, relaxa e começa a apreciá-la aos bocados, entendendo um dos motivos da sua famosa alcunha, “cidade eterna”: Será sempre preciso voltar.

Ver belezas e preciosidades em grande quantidade acaba descalibrando o nosso olhar e, por vezes, em meio a tantos monumentos, museus e obras de arte acabamos não dando o devido valor a coisas singulares.

Um bom exemplo é o complexo delle Terme di Diocleziano, que compreende a Aula Ottagona, a Certosa, os museus Protostorico e Epigrafico, além da Basilica Santa Maria degli Angeli, uma das “filiais” do Museo Nazionale Romano.

O lugar é tão grande e há tantos detalhes que quando o visitante atinge o claustro da Basílica, já está sem fôlego para se emocionar por estar pisando um espaço cujo projeto é atribuído a Michelangelo.

Já tendo passado dos 80 anos, Michelangelo foi encarregado pelo papa Papa Pio IV Medici de transformar a área ocupada pelo frigidarium das ruinas das termas em uma igreja.

Este foi um de seus últimos trabalhos. Consta que o claustro que pertencia ao antigo mosteiro dos cartuxos ali do lado, também foi projetado pelo grande mestre.

O bonito claustro é discreto e convidativo. Suas arcadas são simples, mas o requinte é perceptível, uma vez que são apoiadas por elegantes colunas de mármore travertino.

O ambiente das galerias é utilizado para a exposição de estátuas, sarcófagos, altares, baixos relevos e diversos elementos decorativos encontrados em escavações que faziam parte de prédios da Roma imperial.

No centro do jardim fica a fonte rodeada por arbustos, palmeiras e quatro ciprestes – acredita-se que um deles tenha sido plantado por Michelangelo.

Completando a decoração, sete cabeças colossais de animais: dois touros, um camelo, um rinoceronte, um elefante, uma cabra e um cavalo que foram encontradas perto da Coluna de Trajano, durante a construção de um palazzo.

Este claustro é muitas vezes subestimado por boa parte dos visitantes, que depois de ter percorrido tantas salas e ter visto tantas peças, acaba passando batido buscando os banheiros ou as máquinas de venda de café e refrigerantes, localizados em um de seus ângulos.

Este refinado claustro fica nas Termas de Diocleciano, dentro do complexo do Museo Nazionale Romano, cuja entrada é na Viale Enrico de Nicola, 79. O Museu abre de terça a domingo e a estação de metrô mais próxima é a de Termine, ponto de encontro das linhas A e B. Informações: http://archeoroma.beniculturali.it/musei/museo-nazionale-romano-terme-diocleziano