Por sua estratégica posição no Mar Mediterrâneo, Maiorca, nas Ilhas Baleares espanholas, foi desde sempre dominada por diversas culturas. A ocupação moura no século dez foi, provavelmente, a que maiores benfeitorias deixou. Com avanços tecnológicos sofisticados para a época, Madina Mayurqa, a atual Palma, recebeu um complexo sistema de irrigação alcançando um imenso desenvolvimento agrícola.

Incorporada ao poderoso Califado de Córdoba, Palma foi um dos principais portos de comércio da época. É curioso perceber nesta cidade, que costuma tratar com apuro seu legado arquitetônico, o tão pouco que restou de uma cultura progressista presente por mais de trezentos anos no local. Tirando o Palácio l’Almudaina, que foi totalmente modificado pelos conquistadores catalães, restou parte de uma pequena edificação daquele tempo: os “Banys Arabs”.

Quem já teve a oportunidade de visitar termas construídas por romanos, ou um típico “hammam” público, pode até se decepcionar quando vê o reduzido tamanho dos “Banys Arabs” de Palma.

Por provavelmente ter feito parte de uma antiga mansão islâmica, as dimensões são, no entanto, perfeitamente adequadas ao o uso particular de uma família e seus eventuais convidados.

Logo na entrada o tranquilo jardim com cadeiras na sombra proporciona uma agradável pausa na caminhada pelas ensolaradas ruas de Palma. No pequeno alpendre, há uma máquina de venda de refrigerantes gelados, uma boa justificativa para prolongar o tempo do descanso.

Há um apresentação em vídeo narrada em diversos idiomas explicando a história e o papel dos banhos árabes na vida dos habitantes naquela época. O banho era feito em três etapas, cuja ordem podia ser invertida: a primeira, com vapor quente no “caldarium”, a segunda, o “tepidarium” era o banho morno para a transição e a última, o “frigidarium” com banho frio.

Não há vestígios da parte do “tepidarium” nos Banys Arabs de Palma. Restou o “tepidarium” com a cúpula vazada para a entrada da luz natural. É muito interessante observar como os antigos tinham soluções tão inteligentes para a passagem do calor da cozinha para a área de banhos. E eles também faziam reciclagem: Segundo estudiosos, as colunas, diferentes uma das outras foram na época da construção retiradas de ruínas de várias edificações romanas.

O pequeno, porém significativo “Banys Arabs” é uma ótima sugestão para quem também visita a Catedral de Palma. Chegar até lá percorrendo as ruas da parte mais antiga da cidade é um curto e lindo passeio. Funcionando todos os dias da semana, fica na Carrer Can Serra, 7. Mais informações podem ser obtidas neste link.