A cada ano do surge (e também desaparece) na Europa uma nova empresa aérea de baixo custo, com preços de passagens de dar água na boca. Algumas delas chegam a custar menos que uma passagem de ônibus do Rio para São Paulo. É uma verdadeira tentação.

Acontece que muitas vezes o barato sai caro. Inclua aí outros gastos que não apenas o dinheiro: o minguado tempo de suas preciosas férias de uma semana, por exemplo. Antes de dar o “enter” e fechar a compra, perca um pouco mais de tempo e examine detalhadamente qual o horário de partida desse voo, de que aeroporto ele sai e em que aeroporto ele chega. Aproveite também para checar os limites de bagagem que são oferecidos.

Com relação aos horários, é importante ficar de olho. Um desembarque às onze horas da noite, por exemplo, mais o tempo no controle de passaportes, pegar as malas na esteira e um atraso no voo, pode colocar como única alternativa de se chegar à cidade um taxi com uma corrida cara. (Aeroportos normalmente ficam distantes do centro e transportes públicos deixam de circular ou rareiam tarde da noite). Para piorar, em alguns casos, como o aluguel de um apartamento por temporada, será preciso pagar uma taxa extra pelo check-in tardio. Situação semelhante se a chegada for às quatro da manhã.

É bastante comum a utilização de aeroportos menores e distantes por empresas de baixo custo. Já fiz uma viagem “a preço de banana” entre Barcelona e Paris cuja duração total ficou em torno de oito horas. Foi preciso uma viagem de duas horas em um ônibus entre Barcelona e Girona para estar no aeroporto duas horas antes do check-in. Depois de mais duas horas de voo, nova viagem de uma hora e meia entre o aeroporto de Beauvais e Paris, até embarcar no metrô até o hotel.

Ao módico valor nominal da passagem, foram acrescentados os gastos com a “passagem” da bagagem e dos dois ônibus intermunicipais, quadruplicando a quantia do bilhete, o que neutralizou a aparente economia.

Numa situação como esta teria sido bem mais vantajoso gastar mais uns euros e embarcar no Aeroporto de Barcelona, a vinte minutos da cidade para desembarcar em Orly, a trinta minutos de Paris. O custo dos deslocamentos em terra seria muito menor, sem contar com as quase três (não tem preço) horas de diferença.