Destino de verão por excelência, Palma, na ilha espanhola de Maiorca, costuma receber visitantes que saem de lá para circular pela ilha tendo apenas conhecido suas praias e, no máximo, sua bonita Catedral. Compreensível para um europeu que passa meses no frio e tenha poucos dias livres para curtir o sol, imperdoável para quem sai de um país tropical e deixe de explorar um lugar com significantes marcas de um passado tão rico.
Entre os que se dispõem a descobrir a cidade, muitos escolhem visitar o Castell de Bellver, o único castelo circular na Espanha. Projetado pelo mesmo responsável pelo Palau de l’Almudaina, Pere Salvà, é bastante original por combinar a arquitetura de um palácio real com a de uma fortaleza de defesa.
O Castell de Bellver é tão bem preservado que fica difícil acreditar que tenha sido construído por volta de 1300. Com atrativos como fosso, ponte levadiça, três torres envolvendo o pátio interior e outra mais afastada, ligada por uma ponte, que já funcionou como masmorra. O castelo além de abrigar o Museu d’Historia de la Ciutat brinda o visitante com uma espetacular vista da cidade e da baía – Não é à toa que se chama Bellver.
Construído para ser residência de verão do rei Jaume I, caiu em mãos inimigas e funcionou como prisão militar até meados do século 20. Finalmente, em 1931, o governo espanhol doou o castelo ao município de Palma. Hoje em dia, além de ocupado pelo museu, costuma receber nos meses de verão eventos como óperas ou concertos de rock.
Contrastando com o severo exterior o pátio interior com um poço no centro, tem a delicadeza de um claustro. Circundando por dois andares de galerias decoradas com arcos góticos que vão se estreitando para o alto até quase formar uma abóbada. Para mim, no entanto, a parte mais bonita foi contemplar a deslumbrante paisagem do terraço superior.
Apesar de ter ingressado no castelo 45 minutos antes do fechamento do Museu d’Historia de la Ciutat, que fica no térreo, não tive a oportunidade de conhecer suas salas, por conta da atitude rude dos funcionários, que as trancavam e retiravam os visitantes bem antes do horário de encerramento, mesmo com pessoas sendo ainda admitidas ao interior do castelo. Possivelmente a vista deve ser mesmo a maior atração do lugar, porém, seria mais elegante oferecer uma redução no valor da entrada já que a visita no final do horário de funcionamento é parcial.
A maneira mais fácil de chegar ao Castell de Bellver é o ônibus turístico de dois andares, que passa pelas principais atrações da cidade. Como, além do castelo, o roteiro no dia era a pé pelo centro, considerei caro e optei pelo ônibus convencional, disposta a subir a escadaria na floresta até o topo da montanha.
A parada de ônibus comum mais próxima ao castelo é a da Plaça Gomila, na Av. Joan Miró. Quem parte do centro, da Plaça d’ Espanya ou da Plaça del Rei Joan Carles, pode escolher entre as linhas 3, direção Illetes, ou a 46, direção Gènova. O caminho desde a Plaça de Gomila:
O Castell de Bellver fica em uma colina um pouco afastada do centro da cidade, em um bonito parque com pinheiros, áreas para piqueniques e muitos bancos para descansar e admirar a paisagem durante a subida com cerca de quinhentos degraus. O passeio é ótimo para quem aprecia caminhadas.
O horário de funcionamento do castelo varia de acordo com a temporada. A bilheteria fica um pouco afastada da entrada, junto ao estacionamento, onde também funciona um providencial café que serve bebidas geladas a preços razoáveis.
Confira as informações em: http://castelldebellver.palma.cat/
Horários, itinerários e tarifas dos ônibus em Palma, http://www.emtpalma.es/ca/linies-horaris