Tendo abordado no post anterior a mais que interessante cidade italiana de Ferrara nada mais adequado do que falar agora de Ravenna, outra excelente sugestão de visita que, dada a relativa proximidade entre elas, costuma provocar um enorme dilema na hora de optar.
Desconhecida por muitos, Ravenna fica na costa da região italiana da Emilia Romagna. Por sua estratégica situação no litoral do Mar Adriático, a hoje modesta cidade, já teve seus dias de glória durante o Império Romano, quando foi um dos mais importantes portos de sua poderosa frota naval.
O fato de ter tido o status de uma capital do Império Romano do Ocidente e depois do Bizantino, explica a grande quantidade e excepcional qualidade artística dos mosaicos de Ravenna.
Hoje afastada do porto, por conta de um recuo do Mar Adriático durante Idade Média, a cidade que caiu no esquecimento (foi até bastante poupada de muitas bombas na Segunda Guerra), conserva até os dias de hoje muito deste antiquíssimo e preciso tesouro.
Foi em Ravenna que o maior poeta da língua italiana, Dante Alighieri, concluiu sua obra prima, “A Divina Comédia”. Sua sepultura ainda se encontra na cidade e pode ser visitada. Embora sua terra natal, Florença, tenha tentado reaver os restos mortais, os pedidos desta cidade que o exilou foram recusados.
Apesar de parecer à primeira vista com qualquer outra cidade pequena da Itália, com suas ruas antigas estreitas, praças tranquilas e ciclistas, Ravenna detém nada menos que oito denominações de Patrimônio da Humanidade concedidas pela UNESCO, a saber:
– Batistero Neoniano, construído em 430
– Mausoleo di Galla Placidia (também de 430)
– Battistero Ariano (do ano 500)
– Capella Arcivescovile (também de 500)
– Basílica di Sant’Apollinare Nuovo (de 500)
– Mausoleo di Teodorico (de 520)
– Basílica di San Vitale (de 548)
– Basílica di Sant’Apollinare in Classe (de 549)
Uma boa notícia é que diferente da maioria dos museus, inclusive os na própria Ravenna, todos estes monumentos funcionam durante a semana inteira e em horário continuado (sem “siesta”). Quem tem apenas uma segunda ou terça feira disponível para visitar a cidade, não deixará de vê-los.
Com exceção da Basílica di Sant’ Apollinare in Classe, a oito quilômetros do centro e absolutamente imperdível, Ravenna é compacta e pode ser tranquilamente visitada em um bate e volta partindo de Bolonha. Com frequência média de uma hora, a viagem de trem leva cerca de uma hora e vinte minutos.
O passeio é também possível para quem está em Veneza ou Florença, porém envolve o sacrifício de viajar por mais tempo além de uma troca em Bolonha. É um bate e volta que deve ser planejado com antecedência para evitar os preços elevados das passagens dos trens de alta velocidade até Bolonha.
No mesmo formato do post sobre Ferrara, este também vem acompanhado de um mapa com pontos de interesse em Ravenna, bem como os endereços e horários de funcionamento. Quanto à escolha entre uma e outra, o ideal seria visitar as duas cidades. Porém, como o tempo é um senhor implacável, de uma forma bem superficial diria que Ferrara faz a alegria dos fãs de afrescos e Ravenna a dos admiradores de mosaicos.
Você surpreende qualquer viajante não crônico.
Linda cidade!
Obrigada, Aline
Mas surpreendente mesmo é a cidade de Ravenna…