A Turquia é um país privilegiado no quesito beleza natural e Istambul é um destaque de peso. Essa enorme cidade cheia de história, outrora Bizâncio e Constantinopla, independente das benfeitorias feitas pelo homem como palácios e mesquitas, é dona um corpinho muito bem torneado. Sua topografia é bastante diversificada. Saindo da orla, basta subir uns poucos metros por uma das incontáveis e estreitas ruas para lá do alto contemplar o arrebatador Estreito de Bósforo ou as edificações do outro lado– ninguém pode se queixar de monotonia na paisagem.

Em outras palavras: Para quem quer bater pernas nessa imensa cidade, o subir e descer ladeiras deixa os joelhos e o fôlego de qualquer um no bagaço. Para que a visita a Istambul não se perca ladeira abaixo, o “Tünel” é uma grande pedida. Ele fica no lado europeu da cidade, ligando os bairros de Karakoy (junto da Ponte de Galata) a Beyoglu (onde fica a mais conhecida rua da cidade, Istiklal Caddesi).

É uma enorme mão na roda, considerando que a viagem, que dura um minuto e meio, livra as pernas e os pulmões de uma subida (ou descida) de 60 metros, pelas ladeiras mal calçadas e absurdamente estreitas dessa parte da cidade.

O preço dessa comodidade é um bilhete comum de transporte, (o token) que em Istambul é válido para qualquer meio escolhido, seja tram, metrô, ônibus (exceto os das empresas particulares), barcos e teleféricos. Preste atenção aos ladrilhos que decoram a plataforma de embarque e a estação. O tünel funciona todos os dias das 7:00h até as 21:00h.

Curiosidades: o “Tünel”, que é um funicular subterrâneo, com apenas duas estações é o terceiro mais antigo metrô do mundo. Foi inaugurado em 1875 com o objetivo de facilitar a vida dos diplomatas e banqueiros de Istambul. Grande parte dos escritórios ficava na orla em Karakoy (na época Galata) e o pessoal morava lá no alto, em Beyoglu (na época Pera). Foi nesse bairro, no até hoje existente Hotel Pera Palace, que Agatha Christie, hóspede habitual, escreveu “O Assassinato no Expresso Oriente”.