Já fazia um bocado de tempo que a Croácia estava na minha mira e sempre escapulia por conta dos poucos voos fora da temporada de verão. Descobri que a conexão por mar com a Itália acontecia em todas as estações do ano, e afinal consegui encaixá-la em um roteiro, chegando pela cidade de Split. Com o pé Croácia, fica difícil se contentar com apenas um lugar. Foi então planejada uma dobradinha com a fantástica Dubrovnik.

Ligações entre as duas cidades é o que não falta. Dá para ir de Split a Dubrovnik (ou vice e versa) por mar, por ar ou por terra. Optei por fazer a viagem de ônibus, por ser a mais descomplicada e barata e não me arrependi: As quase cinco horas de viagem foram praticamente em um cenário deslumbrante. A rodovia, que acompanha na maior parte do percurso o mar, quando se afasta, passa por paisagens de montanhas e lagos ou cidades pitorescas, como a graciosa Omis.

Um trecho interessante é o “Corredor de Neum”. São de cerca de 30 quilômetros, na Bósnia, que tem uma saída para o mar cortando oterritório croata. É feito o controle de passaportes tanto na entrada como na saída do país, embora nada seja carimbado – Não se assuste: não há necessidade de visto. É por causa do tamanho da fila de veículos para esta formalidade, que a estimativa para a duração da viagem não é precisa. Dependendo da temporada, varia entre quatro horas e meia e cinco horas.

O ônibus faz uma parada em Neum (na Bósnia e Herzegovina). É o momento para descer, esticar as pernas, tomar um refrigerante ou pelo menos fazer um xixi em um país ainda não visitado. Sendo a cidade também um balneário e perto de Dubrovnik – conhecida por seus altos preços – ela é procurada por turistas que buscam acomodações mais baratas que no país vizinho. Com impostos menores para alimentos, bebidas e cigarros é também destino de compras dos croatas.

O transporte por ônibus intermunicipais é bastante utilizado na Croácia e oferece um bom nível de conforto. O trecho Split-Dubrovnik é operado por diversas empresas e tem cerca de 15 viagens diárias, com frequência aumentada no verão. Na hora do embarque é cobrada pelo motorista uma pequena taxa extra para a mala viajar no bagageiro. O recibo é dado na hora.

A marcação de assentos é um pouco confusa: algumas empresas disponibilizam outras não. Se for possível escolher, os do lado contrário ao do motorista no sentido Split-Dubrovnik têm a vista do lado do mar. A compra de passagens pode ser feita online, porém, com tanta frequência, dá para comprar na hora ou para não ter surpresas, na véspera. Quem viaja no verão deve, além de comprar com antecedência, poder escolher o assento. Não é incomum ter mais passageiros do que lugares.

A localização do Terminal Rodoviário (Autobusni Kolodvor) de Split é bem conveniente para o visitante: Fica em frente às docas, ao lado da estação de trens e uns três minutos a pé da principal rua do Centro Histórico, a Riva. Apesar de minha insegurança, a compra da passagem na véspera foi fácil e o embarque, no dia seguinte, foi relativamente tranquilo, apesar da grande quantidade de pessoas circulando e da pouca sinalização informando qual a baia específica da partiria do “meu ônibus”.

Já em Dubrovnik, a Rodoviária é ao lado do porto, no bairro de Gruz, cerca de 2,5 quilômetros do centro histórico e das muralhas, onde grande parte dos turistas se hospeda. Para chegar até o Portal de Pile, a entrada para as muralhas que cercam a cidade antiga, será preciso, pegar um taxi ou um ônibus urbano da linha 1A ou 1B, cuja parada junto ao portão.

Por estar hospedada junto ao Portal de Pile, uma área plana e próxima da parada, optei pelo ônibus comum. Quem escolhe um hotel dentro da cidade, com sua topografia cheia de ladeiras com paralelepípedos e escadarias, ou opta pelos bairros próximos às praias deve pensar em suas pernas e nas rodinhas das malas e seguir de taxi.

Esta foi uma das melhores “excursões” de ônibus que fiz e, possivelmente a mais barata. Para informações sobre horários http://www.autobusni-kolodvor.com/en/timetable.aspx. Para preços e compras online, http://www.buscroatia.com/