Só quem já viajou com bagagem tem a percepção do quão adequada é alcunha “mala” conferida a pessoas chatas. Uma das coisas mais enjoadas em uma viagem é lidar com essa indispensável companheira.
Uma mala é como um filho pequeno: por ela você vai perder algumas noites de sono, uma antes da viagem arrumando e conferindo o conteúdo, outra na véspera da volta rearrumando, e agora, com as porcarias que você agregou ao inventário ao longo das lojinhas de souvenires, e outras tantas horas com a preocupação do excesso de peso, caso você seja usuário de companhias aéreas de baixo custo.
Vai perder tempo também despachando as benditas depois de encarar uma fila esperta no check-in, podendo aí gastar alguns trocados a mais por conta de peso extra. Vai resignadamente aguardar a aparição da dita cuja na esteira do setor de desembarque, muitas vezes disputando a “pole-position” a custa de ombradas ou enfiando o carrinho para malas nos calcanhares menos avisados.
Mala é um assunto recorrente em minha vida, até porque, humana que sou também sou uma. Listo algumas observações prá lá de batidas, mas que na hora “H” podem poupar mau humor, suor e despesas adicionais:
• Use sempre malas com muitas rodinhas: quanto mais, melhor. Elas terão boa mobilidade, girando trezentos e sessenta graus, facilitando sua capacidade de manobras em calçadas estreitas – É possível “dirigi-las”, sem ter que puxar a alça – um empurrãozinho basta;
• Mala tem que ter o tamanho certo da nossa necessidade: Quanto maior, mais difícil e caro será para acomodar em guarda-volumes, largar no quarto do hotel ou enfiar no porta-malas do táxi. Para arrumar é muito mais difícil, pois as roupas que estão dentro ficam “sambando”, e chegam completamente amassadas;
• Nunca porte uma mala que você não consiga carregar, por menor que seja o tempo. Por mais luxuosa que seja a viagem, sempre haverá uma ocasião em que você terá que arrastá-la em cima de um calçamento irregular, descer uma escadaria ou subir degraus altos de um trem;
• Mala barata é aquela que vai durar uma ou no máximo duas viagens e deixar você na mão quebrando e tendo quer ser levada no colo, lógico, debaixo do sol escaldante, chuva pesada ou neve. Essa não é a hora para economizar: Abra mão de um cinema seguido de jantar e acrescente esse valor ao que estava destinado a compra da mala.
Uma boa alternativa, para quem vai passar poucas horas ou poucos dias em outra cidade, é ter uma segunda mala de mão, de preferência daquelas de nylon dobráveis, ou mesmo uma mochila. Separe os remédios e produtos de toucador indispensáveis e poucas mudas de roupa, e largue “aquela mala” em um guarda-volumes na cidade-base.