Quase todo mundo conhece o Dr. Robert Langdon, professor de simbologismo e herói da história “O Código da Vinci”. O personagem, misto de erudito e detetive passeia por Paris e Londres, correndo enormes perigos para desvendar mistérios e de quebra acaba encontrando o Santo Graal.

Na parte mais emocionante da história ele sai por Paris seguindo a “Linha Rosa”, demarcada pelas calotas de Aragó, indo parar perto da entrada do Museu do Louvre encontrando a pirâmide invertida. Segundo nosso herói, logo abaixo ficaria o túmulo de Maria Madalena que nada mais é do que a última morada do Santo Graal.

Muito sabido esse Dr. Robert. Supondo que sua teoria possa estar furada e ele ali não encontre nada, nosso esperto herói não sairá dali de mãos abanando, pois debaixo da pirâmide invertida existe um centro comercial – anexo ao Museu do Louvre, com lojas vendendo souvenires realmente criativos e de qualidade.

Voltando à “Linha Rosa”, ela existe como uma referência geográfica, só que com outro nome. O o Meridiano de Aragó, ou Meridiano de Paris teve seus dias de glória e chegou a disputar (e perdeu) com o, também virtual, Meridiano de Greenwich em Londres o título de “Longitude Zero Universal”.

O legal é que essas calotas existem de verdade. Em 1994, a Sociedade Aragó e a municipalidade de Paris encomendaram ao artista holandês Jan Dibbets um memorial para homenagear François Aragó, mentor do meridiano. Ao invés de criar uma estátua, o artista inventou um percurso demarcado. São 135 peças em bronze compondo um criativo “monumento invisível”, cada uma com cerca de doze centímetros de diâmetro fixadas no chão, cortando Paris de norte a sul num comprimento de cerca de nove quilômetros.

Embora muitas calotas tenham desaparecido ou estejam em mau estado, é bem divertido brincar de detetive em Paris e sair procurando algumas delas. Boa pedida para quem ainda não cansou as pernas ou que dar uma volta para digerir o jantar.

Se você, assim como o Dr. Robert Langdon, estiver hospedado no Hotel Ritz (que fica na Place Vendôme), quiser ver algumas das calotas vai ser mole: Basta seguir a Rue Castiglione até a Rue de Rivoli, virar à esquerda, atravessar seguindo o Jardin des Tuileries até a pirâmide para entrar no Museu do Louvre (seis das calotas estão lá dentro). São menos de cinco minutos de caminhada. Caso seja um simples mortal e esteja hospedado em outro lugar, pegue o metrô linha 1 e desça na estação Palais Royal – Musée du Louvre. Quem não é simbologista internacionalmente renomado precisa pagar para entrar no museu. Uma ótima fonte de consulta para localizar as calotas pode ser visitada de casa: http://chrismolloy.com/www/p152#s00579