É preciso um bocado de tempo, e divã para “resignificar” uma pedra mór no sapato de quem tira lindas fotos de viagem que é a grua & Cia. Ficar horas no computador retocando imagens é um desgaste que ninguém merece. Quem sabe hipnose ou lavagem cerebral, e outra abordagem? Tudo teria um novo sentido. Veja como a vida poderia ser diferente:

Pessoas que amam gruas, apesar de conviver com a frustração de encontrar muito pouca gente disposta a compartilhar a alegria de contemplar uma, possuem a capacidade de enxergar a beleza onde os outros veem poluição da imagem.

Passam o ano todo contando as horas, esperando as férias chegarem. Planejam com todo carinho e riqueza de detalhes, para aproveitar essa breve oportunidade que é viajar para fotografar a imensa variedade (e novos modelos) de gruas espalhadas pelo mundo.

Sabem de antemão que o momento será sempre fugaz – as gruas são como “la donna” : são “mobiles”. Não têm o menor apego aos lugares por onde passa temporadas, aparecem sem avisar e somem sem dizer adeus.

Elas nunca vão telefonar, mandar email, ou postar mensagens. Fotografar uma grua é uma experiência definitiva: se você não fizer logo, jamais terá outra chance.

Os admiradores de gruas guardam alguma semelhança com os paparazzi. Como eles, ficam na espreita, pacientemente aguardando uma fugaz aparição da nossa “celebridade”.

Por isso, em sua próxima viagem, antes de amaldiçoar as gruas que atrapalham as fotos das mais belas atrações turísticas, que obrigam você a ter que esperar para atravessar uma rua entupida de veículos para eliminar aquele obstáculo do seu ângulo, pense que no mundo existem pessoas diferentes. Lembre-se que no peito de um desgruado também bate um coração.