A arquitetura de Paris é inconfundível. Caminhar sem pressa pelas ruas da cidade apreciando os detalhes das fachadas dos prédios antigos é um programa obrigatório para quem visita a capital francesa.
Fica mais interessante quando vamos nos hospedar em um pequeno hotel localizado em um desses lindos prédios históricos situado em uma pequena e discreta rua parisiense.
A gente já se imagina curtindo um típico clichê parisiense, comprando uma garrafa de vinho, um queijo maravilhoso e passando numa boulangerie para sair de lá com uma baguette debaixo do sovaco. Uma vez no lar temporário, arrastar a mesa para perto da varandinha e observar de camarote a “Cidade Luz”.
Quem já escolheu um hotel charmoso como esse, por mais agradável que seja a localização e a estadia, sabe por trás dos bastidores a produção não é um mar de rosas. A construção de muitos desses maravilhosos prédios é do século XVII. Muitos deles são tombados, o que dificulta e encarece bastante uma reforma interna.
Comodidades como condicionadores de ar são coisas bastante raras não só em prédios antigos. Recentemente é que Paris despertou para a maravilha que é o ambiente “climatizado”. Quem pensa que o verão europeu é piada,pode se lascar. Considerando que um hotel bem localizado fica em locais animados, vai ser difícil para quem tem sono leve conseguir dormir com o barulho do pessoal lá embaixo. E não dá para fechar a janela…
Outro quesito importante: Elevador é uma raridade na maioria dessas edificações, e quando tem, é sinistro e minúsculo, normalmente construído no vão da escada. É preciso decidir quem sobe primeiro: você ou a mala. Como a mala não aperta botões nem abre portas, é ela que vai. Você empreende então rapidamente uma escalada para resgatá-la, e aí sim, adentrar resfolegante no seu cafofo.
Não tenho hábito de escolher hotéis muito estrelados. Acho que hotel é um lugar para se dormir, tomar banho e deixar as malas. Faço questão de limpeza, segurança e uma localização bem conectada com transportes públicos e razoavelmente próximo das atrações que pretendo visitar. Prefiro destinar o valor de uma diária cara,com direito a paparicos à próxima viagem. Cada viajante tem lá o seu perfil.
Não tenho a menor intenção de desincentivar uma hospedagem em prédio histórico – é bom demais e recomendo fortemente, mas a escolha tem que ser muito criteriosa. Infelizmente nem sempre um preço mais elevado é garantia de um bom serviço. Não acho que um frigobar ou sabonetes cheirosinhos no banheiro valham mais que um colchão confortável.
Por não ter grandes preparos físicos e não gostar de esperar a vez para usar o banheiro, tive que aprender apanhando. Hoje sei que devo sempre antes de reservar, perguntar se o hotel possui elevador. Se não tiver, é bom escolher um andar baixo, mas longe da recepção, que costuma ter movimento e barulho. Sei também que preciso saber como é de fato o meu “banheiro privativo”. Muitos têm dentro dos quartos apenas o chuveiro e a pia.
Adoro quartos com balcão, é muito mais interessante que um quarto de fundos dando para um paredão. É preciso antes verificar se a rua em que o hotel fica é movimentada demais antes de pedir um. Passei um fim de semana em uma pacata rua de pedestres que se transformava à noite, com duas boates bombando a cinco metros da janela do meu quarto. A cada dois minutos as portas eram abertas e o som vazava. Dormi (?) como um pisca alerta. Pelo menos os DJs tinham bom gosto.
A Europa é mesmo o “Velho Continente”. Essa questão de hospedagem em prédios antigos tem um quadro muito parecido em outras cidades ou países. É muito bom quando se consegue entrar um pouco na “história” e ali dormir sossegado. Esses toques podem ajudar quem quer se hospedar em hotéis localizados em prédios históricos. É melhor bancar o chato antes da viagem e perder algum tempo no computador trocando cartinhas de amor com eles, do que depois ficar frustrado, deixando de aproveitar plenamente uma linda cidade.
Você indica algum para uma principiante no velho continente?
Amélia,
Sou uma viajante compulsiva com orçamento baixo. Indicar hotel é uma tremenda “saia justa”, porque cada pessoa tem uma prioridade diferente. Acho que um principiante e um finalizante tem a mesma dificuldade. Se dinheiro não é o seu maior problema, escolha hotéis pelo menos acima de três estrelas e em localizações tradicionais. Não há erro. Consulte as opiniões de quem já se hospedou nos hotéis em sítios de viajantes, como o Tripadvisor – http://www.tripadvisor.com/ , por exemplo.
Coincidentemente estou terminando de escrever um post sobre o assunto e devo publicá-lo muito breve.
Se precisar de alguma ajuda, disponha.