Pisa

Em uma visita que fizemos a região da Toscana, a chegada à Itália foi pelo Aeroporto de Pisa. O plano era conhecer a famosa torre, dormir na cidade e no dia seguinte, partir para Florença, que funcionaria como base para alguns passeios bate e volta. Lucca fazia parte dos planos, e como ficava exatamente no caminho entre Pisa e Florença, decidimos adiantar o expediente. Ao invés de uma bate e volta, foi feito um “pit stop”.

A idéia inicial era fazer os deslocamentos entre as três cidades de ônibus. Da frente do portão de desembarque do aeroporto saía um ônibus nos deixaria na rua do nosso hotel, próximo à Torre de Pisa. Deixaríamos rapidamente a bagagem, e sairíamos para ver a torre iluminada à noite e fechar a programação com uma pizza. No dia seguinte bem cedo, outra voltinha na torre, volta ao hotel para pegar a bagagem e seguir para a parada “Via Bonanno” ali perto para fazer a viagem de 40 minutos até Lucca no ônibus linha Q03 da empresa VAIBUS.

Em Lucca desembarcaríamos na Piazzale Verdi, em pleno Centro Histórico e ponto de parada dos ônibus “Extraurbanos” deixando as malas no Ofício de Turismo que fica na mesma praça. Depois de visitar a cidade, bastaria pegar no mesmo lugar o ônibus da mesma empresa (linha Q1) para Florença em uma viagem de 75 minutos. Tudo muito simples e bem coordenado.

Assim que o avião pousou em Pisa, bateu uma incontrolável vontade de comer pizza. Ao invés de esperarmos disciplinadamente por 20 minutos o ônibus que ia direto do aeroporto até a rua do hotel, compramos passagens para o trem que já estava na plataforma partindo para a Estação Pisa Centrale. Por causa das malas seria preciso tomar um ônibus ou um taxi até o hotel. Resolvemos ganhar tempo deixando a bagagem no guarda volumes da estação de trens de Pisa.

Lucca

A gula e a preguiça falaram mais alto. Comemos a pizza, demos uma volta na cidade chegando ao hotel depois das onze da noite e sem as malas. Tivemos sorte de encontrar alguém para abrir a porta e fomos suficientemente prevenidos para trazer na bagagem de mão uma muda de roupa, procedimento padrão que adotamos quando a viagem é de avião.

Por conta da estripulia, tivemos que seguir para Lucca de trem, e consequentemente fazer o mesmo com relação à Florença. Não fazia sentido resgatar nossas malas no guarda-volumes da estação e voltar até a parada do ônibus.

O efeito colateral da opção trem era que a estação em Lucca ficava mais distante do centro histórico, mas o maior problema era a bagagem. Sabíamos que existia outro posto do Escritório de Turismo na área da estação de trens, mas era um pouco afastado e o horário de funcionamento era menor além de fechar para almoço.

Não estávamos dispostos a percorrer a cidade arrastando malas. Da frente da estação de trens não se via o Escritório de Turismo e estava chegando a hora de ele fechar. Já pensávamos em desistir e embarcar para Florença deixando para voltar em outro dia, ou tirar Lucca do roteiro. Um absurdo, pois estávamos em Lucca. Era uma questão de honra: encontramos o posto, deixamos a bagagem e fomos passear.

Florença

Lucca é tão encantadora que ficamos lá mais tempo do que o planejado. Pegamos o trem para Florença apreensivos. A recepção do hotel fechava às oito da noite e não havia sobra de tempo. Desembarcamos na estação de Santa Maria Novella e pegamos o ônibus que nos levaria até o hotel.

Estranhamos a demora e consultamos o GPS: O caminho estava errado. Com algumas ruas em obras, o itinerário foi alterado e o sítio da empresa de ônibus não atualizou a informação. Descemos na primeira parada e desabalamos por um caminho que parecia não ter fim. Conseguimos chegar ao hotel com quinze minutos de atraso. Uma alma caridosa nos esperava para entregar as chaves.

No fim deu tudo certo. Por conta da bendita pizza de Pisa, por sinal deliciosa, quase perdemos uma visita à Lucca e por muito pouco teríamos que procurar por outro hotel no meio da noite em Florença. O jantar dessa noite não foi pizza.