Empata foto

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Viajar nas férias faz um bem inestimável à saúde física e mental. Durante este período nos concedemos o direito de não ter horários, de ir para o lado que quiser e esquecer os problemas de casa e do trabalho. Ficamos livres do dentista, das reuniões escolares, do supermercado e jogar o lixo fora. Podemos até nos dar o luxo de dispensar a maquilagem ou de fazer a barba. Um sapato confortável é tudo o que se precisa.

Apesar de circunstâncias tão agradáveis ou magníficas locações ninguém fica inteiramente imune ao stress. Inevitavelmente encontraremos filas, trânsito engarrafado, despesas inesperadas, informações ou horários errados. Mas esses e outros percalços não comprometem o passeio. Na verdade até dão um sabor pitoresco e acabam se transformando em boas recordações.

As maiores dificuldades que encontramos em uma viagem ao exterior não são barreiras culturais ou linguísticas nem as diferenças climáticas: São os humanos, moradores ou visitantes, que insistem em existir e teimam em aparecer do nada, diabolicamente atrapalhando ou aniquilando com sua presença nossas lindas fotos de viagem.

Rue de Saules

Moto desembestada em Montmartre

Plaza de Cibeles

Filmagem logo no dia da minha visita a Madri

Via Fillungo/ Via Buia

Ciclista desmancha prazer em Lucca

Palácio Topkapi

Turistas de vermelho desatentos em Istambul

Piazzale Michelangelo

Debate filosófico no mirador em Florença

Museu do Louvre

Conspiração de caminhoneiros no Louvre

Piazza del Duomo

Grua em operação no domingo em Siena

Plaza Mayor

Aparentemente a “siesta” acabou em Madri

Gran Via de Corts Catalanes/ Carrer Villarroel

E em Barcelona também…

Estreito de Bósforo

O apressadinho quase atropela Santa Sofia

St. Paul's Churchyard

Saudáveis desorientados em Londres

Place de la Concorde

Os nervosinhos da Champs-Elysées

Eliminar definitivamente esse tipo de problema requer soluções radicais e que podem dar cadeia. Apesar de o sistema penitenciário evoluir, e o preço da hospedagem ser convidativo, a ausência de amenidades como “wifi” e “room service” bem como uma permanência prolongada pode ser algo enfadonho.

A solução é se conformar e incrementar o estoque de cartões de memória e de paciência. Uma meia dúzia de palavrões pode também trazer benefícios terapêuticos. É recomendado utilizar a língua materna. Além de ter mais verdade cênica, há chances (pequenas) de não sermos entendidos preservando a reputação da pátria.

4 thoughts on “Empata foto”

  1. Excelente artigo. A vez que passei mais nervoso foi no Auguille du Midi em Chamonix Mont Blanc. Cenário maravilhoso de montanhas, resolvo tirar uma foto da minha esposa com o belo fundo. Entre eu e ela devia ter.. uns 3 passos. Em volta de nós ninguém. No minuto que bati a foto, minto, no SEGUNDO que bati a foto, passa, no espaço entre eu e Carla, uma senhora. E tipo, nós não estávamos no caminho, havia espaço abundante em volta, não havia a *menor* necessidade de ela fazer isso (e mesmo se não houvesse espaço, ela podia esperar 1/2000 de segundo, né?)

  2. Oi Daniel,
    Acho que ficar se estressando é roubar tempo da vida, pricipalmente quando se está de férias. Sempre que viajo, adoto uma postura respeitosa e procuro me informar sobre os costumes dos lugares que visito. Mas existem figurinhas que nos tiram do sério. Uma boa maneira de persuadir esse tipo de gente a não encher a paciência é apontar a câmera pedir para sorrir.(Eles evaporam!) O tripé também impõe algum respeito. Principalmente quando transportado sobre o ombro e um olhar dúbio (curioso/agressivo).
    Aprecio seu blog. Foi bastante útil em uma visita à Holanda(A tal da pesquisa sobre usos e costumes locais). Seu estilo de escrever é de bem com a vida e consegue juntar informalidade e elegância.
    Obrigada pela visita. Tome um “Chocomel” por mim.

  3. hahahaha estou aqui rindo com esse post pq é sempre assim mesmo… e eu que não tinha blog até o mês passado e hoje revendo as fotos para os meus posts, tenho um trabalhão com os intrusos das fotos?

  4. Fernanda,

    Não sei se choro de raiva ou acho graça quando isto acontece. E é bem comum…Existe a turma dos desligados que não percebe que está atrapalhando e dos deslumbrados com a locação. É preciso levar na esportiva: certamente já devo também ter empatado a foto de alguém. Em todo lugar do mundo tem gente carente, que precisa ser vista e se posta na frente dos outros. Já esperei quase dez minutos um engraçadinho correr para o meu foco em uma praça praticamente vazia. E olhe que usei a tática de fotografá-lo para ver ser ficava com o ego satisfeito… Foi quase um “Duelo ao sol”.

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