Uma das atividades mais agradáveis quando se viaja é a possibilidade de experimentar pratos de diferentes culturas. Tão interessante quanto museus e monumentos, as lembranças gastronômicas ficam tão fortemente gravadas em nossa memória afetiva, que quando se aproxima a época das férias, antes de pensar nas atrações turísticas, a gente já imagina as delícias que vai comer durante o passeio.
Os hábitos alimentares de um lugar expressam de uma maneira muito clara sua cultura. Quem visita Barcelona, fica impressionado com a quantidade de “Mercats” espalhados pela cidade. Apesar da modernidade e praticidade dos supermercados, o hábito de comprar alimentos frescos nos mercados está presente no dia a dia dos habitantes da cidade. Os “Mercats” são limpos, refrigerados e muitíssimo procurados. Alguns deles, como o “Boqueria”, se transformaram em verdadeiras atrações turísticas.
Quem deseja uma genuína experiência em um “Mercat” em Barcelona, não deve se restringir a visitar apenas o mais famoso, e mais careiro, o “Boqueria”. Dentre muitos mercados em Barcelona, destaca-se o especial Mercat de Santa Caterina, no bairro de Sant Pere, junto ao Barri Gòtic e próximo a atrações como o Museu Picasso e a Catedral.
O Mercat estava bastante deteriorado e entrando em decadência, até ser completamente renovado em 2005. Com direito a um brilhante projeto dos arquitetos Enric Miralles (o mesmo do Parlamento Escocês – veja o post) e Benedetta Tagliabue ostenta um fabuloso telhado ondulado revestido de cerâmica com padrões que lembram uma colméia, com as mesmas cores das frutas, legumes e flores que ali são vendidos.
A estrutura do mercado é toda em madeira clara, com balaustradas, portas e janelas que lembram os caixotes de frutas e legumes que ali são vendidos. O trabalho de restauração manteve a configuração original do século 19. Durante as obras, foram descobertas as fundações de um convento medieval e as ruínas de uma necrópole romana. Por conta disso, a reforma foi paralisada para a reformulação do projeto.
O governo catalão decidiu que esses achados arqueológicos mereciam ser expostos e surgiu a idéia do Espai Santa Catarina. Deste pequeno “museu” que fica na parte de trás do mercado, é possível ver as ruínas de um cemitério romano e os restos do claustro do Convento Santa Catarina do século 15, além de painéis explicando as transformações que aconteceram naquele local antes da construção do antigo mercado.
Por dentro é um paraíso para quem quer tirar onda de culto fazendo ensaios fotográficos metidos com temas como povo e/ou natureza morta. Para quem quer apenas curtir ou fazer umas comprinhas, vai encontrar nas bancas imaculadamente limpas artigos dos produtores da região como frutas, legumes, verduras, flores, peixes, carnes, embutidos e conservas, além de um supermercado um bar de tapas e um restaurante.
Entrando no mercado, o inebriante aroma de comida que vem do bar de tapas e do restaurante “Cuines de Santa Catarina” abre o apetite de qualquer santo. Os dois lugares são muito concorridos e apesar de ter ido ao Mercat algumas vezes, nunca consegui encontrar uma vaga para experimentar aqueles cheiros. Santa Caterina que me aguarde…
Positivamente, não conheci Barcelona, apesar de ter me apaixonado perdidamente por ela.
Não há como ir sem você novamente.
Quando?????
Oi Aline,
Seria bem bom viajar de novo com pessoas que gostam de tomar um cafezinho na madrugada. Vamboralá, ném!
muito rico seu post! parabens!!!
Obrigada deh.
Gosto muito de visitar mercados de alimentos. Estou pensando em fazer um post sobre os outros “mercats” de Barcelona -também bastante interessantes. Só falta ficar pronta a restauração do mercado de Sant Antoni para fazer uma foto bem bacana e incluí-la.
Mas isso não passa de mais uma das minhas desculpas esfarrapadas para retornar a esta cidade.
Volte sempre