Memorial ao Holocausto em Berlim

Compartilhe

Berlim é uma cidade com um longo histórico de sofrimentos. Passou pelos horrores da guerra, foi devastada e dividida, foi reconstruída e depois reunificada. Com uma atitude corajosa, e sem fingimentos, busca sua cura de forma saudável. Ao invés de varrer o passado para baixo do tapete, faz questão de mostrar sem autopiedade as cicatrizes do passado, para que as gerações posteriores fiquem alertas e não permitam que tais episódios se repitam.

Holocaust-Mahnmal

Uma das homenagens mais tocantes às vitimas da guerra é o “Holocaust-Mahnmal”, o Memorial aos Judeus Assassinados da Europa. Em um espaço que ocupa um quarteirão inteiro, estão dispostos mais de 2700 blocos de concreto cinza. Com alturas variadas e com ondulações no terreno, lembram um imenso cemitério.

Holocaust-Mahnmal

Andar pelo Memorial é uma experiência impressionante. Os espaços entre os blocos de concreto têm a largura suficiente para passar apenas uma pessoa, tornando o percurso necessariamente solitário. Com a variação da altura dos blocos e a ondulação do terreno, à medida que se caminha parece que se está mergulhando e se perdendo em um labirinto cinzento. Sem ninguém ao seu lado e cercado de paredes estreitas, a sensação é de perda de direção, confinamento e solidão.

Holocaust-Mahnmal

Ao sair, percebemos que a intenção do Memorial foi atingida de uma forma bastante sutil. Sente-se por um breve instante uma ínfima parcela da dor que passou um ser humano igual a nós. Com simplicidade, eficiência e sem agredir, o Memorial é bastante tocante e nos leva a refletir sobre essa mancha feia em nosso passado.

Holocaust-Mahnmal

No subsolo há um espaço com fotografias do contexto histórico da época nazista e documentação mostrando o destino que tiveram os membros de algumas das famílias no Holocausto. Diferente das informações objetivas em trabalhos jornalísticos, as histórias, cartas e fotografias, revelam de forma sensível o lado pessoal das vítimas.

Holocaust-Mahnmal

O Memorial aos Judeus Assassinados da Europa ocupa uma área de 90 mil metros quadrados. Projetado pelo arquiteto americano Peter Eisenman, fica no centro da cidade próximo ao Portão de Brandenburg, ao prédio do Reichstag e da Unter den Linden. Por ser um logradouro público é visitável a qualquer hora do dia ou da noite.

Holocaust-Mahnmal

O Centro de Infomações, que fica no subsolo tem acesso gratuito e funciona de terça a domingo das dez às oito horas da noite no verão e no inverno até as sete da noite. Lá também se encontra uma livraria com um “posters”, cartões e livros relacionados ao tema.

Holocaust-Mahnmal

É curioso observar o comportamento das pessoas. Alguns visitantes se mostram indignados com grupos de jovens brincando de esconde-esconde ou famílias fazendo piquenique no monumento. Infelizmente, o que passou deve ser lembrado, mas não pode ser mudado. É muito bom poder hoje em dia circular por uma Berlim livre e com pessoas se divertindo. E um futuro mais alegre tem, com certeza, o apoio dos ali homenageados. Eles agradecem, e dispensam qualquer forma de intolerância.

5 thoughts on “Memorial ao Holocausto em Berlim”

  1. É um monumento em memória às vitimas da SHOÁ ( Holocausto ) , e um descaso com eles e com seus descendentes, qualquer comportamento , atitude ou postura no local que n seja de respeito e consternação. Brincadeiras e piqueniques tem o lugar próprio, pessoas que assim agem provam ser destituídas de respeito ao próximo ( no mínimo )… Pq então visitam o lugar?
    É dispensável. A tolerância é um nobre sentimento, pra ser usado só com quem merece. Que as pessoas se divirtam, viajem, se alegrem, se conheçam, se respeitem. Há ambientes pra tudo isso, mas no Monumento ao Holocausto ( seja qual for o país ) , agir como foi citado na legenda da última foto , é vil !!!

  2. Parabéns pelo blog ! É completo,atualizado e com ótimas sugestões e informações.

  3. Olá Deborah,

    Obrigada pelos elogios. Este é de fato um monumento muito tocante e para muitos uma visita difícil. Sua função é exatamente a de lembrar e alertar – o recado está ali. Agora, como cada um vai absorvê-lo ou reagir é algo absolutamente imprevisível. Volte sempre.

  4. Ola Monica de novo abusando de você, estou preparando a minha visita a Berlim,gostava de alguma informação o que a Monica achar mais relevante ver em Berlim.
    saude para você e parabens pelo seu blogue está 5 estrelas

  5. Olá Armando,

    Que bom tê-lo de volta…

    Você me pegou desprevenida… Faz bastante tempo que não vou Berlim e como se não bastasse, grande parte de meus apontamentos foi perdida com o passamento de meu antigo computador. O que restou está bastante desatualizado e puxando pela memória (afetiva), citaria:

    – O Portão de Brandemburgo seguido de passeio pela avenida Unter den Linden com direito a parada em uma confeitaria
    – O fantástico Reichstag – tenho um post sobre o assunto que explica uma forma para se entrar sem fila
    – Os jardins do enorme parque de Tiergarten
    – A Torre de televisão (Fernsehturm)
    – Passeio de barco pelo Rio Spree
    – Alexanderplatz
    – O Palácio Charlottenburg
    – Os prédios das embaixadas (sou apaixonada por arquitetura contemporanea)
    – Ah! os museus… Berlim é uma perdição. Não sei qual o melhor: O Pergamon, o museu de tecnologia (Deutsches Technikmuseum, a Gemaldegalerie… A lista é enorme!

    Mas é claro que há muito mais. Guardo ótimas recordações desta enorme cidade que consegue ser discreta, exuberante e extremamente receptiva.

    Normalmente, quando pesquiso atrações para montar o roteiro da viagem, consulto diversas fontes. No caso de Berlim, tiro meu chapéu para os sítios http://www.berlin.de/en/ e http://www.visitberlin.de/en São completíssimos,confiáveis e de navegação simples. Com poucas exceções, cobriram todas a atrações que eu desejava conhecer na época. Recomendo fortemente.

Leave a Reply

Your email address will not be published.