Madri é uma daquelas cidades que acabam se transformando em um problema na vida de quem vai conhecê-la. Com um inesgotável estoque de atrações e lugares interessantes torna difícil a decisão de escolher quais caberão no tempo da visita. É impossível deixar a cidade sem uma dose de frustração. As boas recordações aliadas a notícias de abertura de novos museus ou restauração de algum lugar anteriormente não visitável são poderosos componentes para despertar eternamente a vontade de voltar. E assim que pude, voltei.

Tendo escolhido passar parte das férias no sul da Espanha, acrescentar a capital espanhola para matar as saudades seria uma decorrência simples e conveniente. Esboçando o roteiro, em busca de novidades, encontrei entre outras coisas interessantes uma inusitada edificação egípcia em pleno centro de Madri, o Templo de Debod. Uma curiosidade tão peculiar como esta, precisava ser pesquisada e conhecida.

A intrigante “novidade” não era exatamente recente. Está em Madri há mais de 40 anos e ao contrário do que pensei inicialmente, é de fato uma construção legitimamente antiga. Com a construção no Rio Nilo da Barragem de Assuã esta e outras relíquias corriam sérios riscos de desaparecer. Para salvá-las, a UNESCO promoveu uma campanha internacional para angariar fundos recebendo, entre outros, colaborações da Espanha.

O templo de Debod, que estava coberto por água, foi um presente do governo egípcio para a Espanha, como forma de agradecimento ao auxílio prestado. Dedicado à deusa Isis, foi remontado, obedecendo à orientação original, alinhado ao pôr do sol. Localizado no aprazível Parque del Oeste é cercado por um pequeno lago.

Da parte externa se tem uma bonita vista da cidade. No interior, hieróglifos destacados por uma cuidadosa iluminação, exposição de fotos e maquetes. O Templo Debod tem acesso gratuito, respeitando por segurança, o limite máximo de 60 visitantes por vez. Os horários e outras informações podem ser obtidos neste endereço.

Próximo da Plaza de España e do Palacio Real, o Templo Debod é uma rara oportunidade para se conhecer de forma tão acessível um legítimo monumento egípcio com mais de dois mil anos de existência fora do Egito. As estações de metrô mais próximas são Ventura Rodríguez na linha 3 e Plaza de España, linhas 3 e 10.