Depois de um breve período de namoro com empresas aéreas de baixo custo, o constante monitoramento do peso da bagagem e a obrigação de estar no aeroporto quase duas horas antes da partida, foram me levando a traçar roteiros com trajetos de média duração para privilegiar os deslocamentos em trens. Para quem viaja pela Europa, este é um meio de transportes bastante conveniente, o que me levou a publicar um post listando algumas das vantagens (Este aqui).
Com tantos itens, o texto acabou ficando grande. Para não tornar a leitura demasiadamente cansativa, foi publicado outro post com alguns lembretes e cuidados para melhor tirar partido de uma viagem de trem (este aqui). Ainda que com tantas qualidades, dependendo da quantidade de dias disponíveis ou destinos escolhidos, a alternativa aérea pode ser mais apropriada.
Na hora de escolher o meio de transporte mais adequado, vale muito pesquisar as opções disponíveis e fazer comparações. O presente post não aborda as alternativas ônibus ou embarcações, que dependendo do contexto podem ser as mais vantajosas, por serem menos populares entre turistas. A ideia aqui é assinalar alguns indícios de que uma viagem aérea dentro da Europa pode ser a melhor alternativa. Ei-los:
– Viagens diurnas em trens com seis ou mais horas. É claustrofóbico e o dia é perdido. Mesmo que decolando às sete da manhã ou às dez da noite, um voo pode permitir algumas horas livres para aproveitar um pouco mais a cidade de partida ou de chegada;
– Viagens em trens noturnos com leitos para quem tem dificuldade para dormir. Não vale a pena passar a noite em claro, em silêncio no escuro para não incomodar o(s) vizinho(s) e ainda chegar moído no destino seguinte;
– Viagens de média a longa distância na Inglaterra são demoradas, pois paradoxalmente na terra onde foi inventado o transporte ferroviário, exceto as rotas internacionais do Eurostar, não existe trem de alta velocidade e, para piorar, as passagens são caras. No entanto, é preciso avaliar os gastos com tempo e dinheiro se um dos distantes aeroportos londrinos estiver envolvido;
– Atravessar os Alpes quase sempre envolve troca de trens e os horários nem sempre são coordenados. Dada à dificuldade do terreno, a quantidade de vias e, consequentemente rotas é limitada, sendo necessário dependendo do itinerário, fazer várias baldeações;
– Mesma coisa com relação aos Pirineus. Como a bitola das linhas de trem francesas têm configurações diferentes das espanholas, para cruzar a fronteira é necessária a troca de composição. Apesar de a nova linha direta de alta velocidade ligar Paris a Barcelona, em seis horas e meia, tempo equivalente ao voo mais deslocamentos para aeroportos, a frequência ainda é pequena e os preços elevados;
– Viagens para a Grécia não são diretas. Além dos longos trechos, demandam baldeações na Sérbia, Bulgária ou Macedônia e utilização de diferentes empresas ferroviárias, o que pode implicar na compra de passagens distintas;
– Apesar da expressiva malha ferroviária francesa, há uma forte tendência de as rotas convergirem para a capital. Uma viagem entre cidades medianamente próximas a Paris quase sempre demandará uma triangulação na capital e em estações distintas acarretando perda de tempo e de dinheiro.
SUGIRO UM POST SOBRE AS ROTAS MAIS INTERESSANTES PARA SE FAZER DE TREM.
LEMBRO DE UMA VIAGEM EM QUE VISITEI PARIS, LONDRES, AMSTERDAM E ALGUMAS CIDADES DA BÉLGICA SEMPRE UTILIZANDO TRENS. FOI EXCEPCIONAL NÃO TER QUE IR PARA AEROPORTOS DISTANTES, ACORDAR MUITO CEDO NEM GASTAR UM BOM TEMPO EM DESLOCAMENTOS.
Aline,
Seu roteiro com deslocamentos por trens foi um feliz encontro de mãos e luvas. A sugestão é ótima e está anotada. Aguarde!