Munique, capital da região da Bavária na Alemanha, além de bonita, do povo festeiro, da boa comida e da Oktoberfest é também famosa pela enorme quantidade de ótimos museus. Não sendo possível conhecer todos em uma ou até mais visitas à cidade, escolher é sempre uma difícil decisão.
Atraída mais pela arquitetura do que propriamente pelo acervo, incluí na minha cota de museus o da BMW me sentindo um pouco fútil por estar privilegiando uma, na minha imaginação, mera exposição consumista de uma lendária marca de automóveis, ainda por cima longe do centro da cidade. Por também querer conhecer o Olympia Park, ao lado, fui, e gostei tanto que nem percebi as três horas de visita.
O fato de não me interessar por carros pode ter contribuído para uma espécie de visão desapaixonada e ser conquistada pela abordagem da exibição do acervo. Muito mais que uma exposição cronológica dos produtos, o museu BMW mostra sua evolução tecnológica em relação aos acontecimentos históricos.
Ao longo do percurso, o museu vai mostrando as inovações introduzidas pela marca junto com as transformações do século vinte, começando pelo tempo em que a BMW era uma fábrica focada na fabricação de motores de avião e sua expansão, quando passa também a produzir seus prestigiados automóveis e motos.
A possibilidade de interagir, entrando nos automóveis, ouvindo o barulho dos motores e tocar em tudo contagia o visitante. Imagino que para um aficionado deva ser um enorme prazer levar para casa sua foto sentado ao volante de um modelo especialmente admirado.
Além do espaço impressionantemente bonito e da atraente e criativa exposição do acervo, tudo é muitíssimo bem explicado. As fotos, filmes, desenhos, documentação e até protótipos, aguçam a vontade de saber como se dá o processo desde a concepção dos motores, carros e motos.
Entre peças raras ou curiosas estão os automóveis utilizados em filmes e competições como o modelo usado pelo agente 007 em “Golden Eye”, a BMW 507 que pertenceu a Elvis Presley e a Brabhan que foi pilotada pelo brasileiro Nelson Piquet, campeão da Fórmula Um em 1983.
Quem vai com os filhos pode sossegadamente aproveitar a visita sem risco de cenas de tédio explícito. O museu BMW dá uma enorme importância ao público infantil oferecendo deste visitas guiadas nos fins de semana para famílias a brinquedotecas e oficinas (cobradas à parte), com atividades apropriadas às diferentes faixas etárias.
Tudo no Museu BMW é muito bem cuidado e organizado. É muito fácil percorrer por rampas a exposição que ocupa os três andares do por si só, fantástico prédio. Complementando, wifi gratuito com boa velocidade, guarda volumes além dos habituais serviços de boutique com ótimas sugestões de presentes para quem curte a marca e de um bom e espaçoso bistrô no térreo.
Quem ainda não estiver satisfeito, pode ainda fazer uma visita guiada de duas horas e meia à fábrica durante os dias úteis, sendo necessário um agendamento prévio. Os fissurados pela marca podem também optar por testar um dos mais recentes modelos em uma das modalidades do “BMW Driving Experience”.
O museu BMW é ligado por uma passarela ao “showroom” da marca, o BWW Welt, que é também um espaço de convenções e exposições. Com acesso gratuito, é um espetáculo à parte onde, eventualmente cruzando um robô, podem ser admirados os mais novos modelos de carros e motos e pelo menos uma vez por dia assistir a uma demonstração “acrobática” de um dos produtos.
O BMW Welt que pode ser visitado independentemente do museu conta também com dois restaurantes, dois cafés e uma completa loja com artigos relacionados à marca. Funcionando todos os dias da semana até tarde da noite é um conveniente programa para um fã com pouco tempo na cidade.
Fechado às segundas feiras, o endereço do BMW Museum é Am Olympiapark 2. A estação mais próxima do metrô é a Olympiazentrum na linha U3, a mesma para quem visita o Parque Olímpico de Munique e o BMW Welt. Horários, preços e informações sobre visitas guiadas e outras atividades, http://www.bmw-welt.com/en/visitor_information/index.html