Não é à toa que Paris é o destino turístico numero um do planeta. Oferecendo uma inesgotável quantidade de atrações culturais, entretenimento e gastronomia, entre outros, é uma cidade bonita que encanta e que, apesar de sua monumentalidade, preserva recantos de singela beleza.
A satisfação pela descoberta de um dos inúmeros “cantinhos escondidos” pelos bairros de Paris proporciona uma sensação de intimidade que faz com que o visitante adote afetivamente um pedacinho da cidade e planeje sempre uma volta para conferir sua “propriedade”. Como muitos outros turistas, também sou “dona” da Rue des Thermopyles.
A pequena Rue des Thermopyles mantém a antiga pavimentação em paralelepípedo. Abrigando generosa vegetação e casas com poucos andares, mais parece uma cidade no interior da França. Localizada no décimo quarto distrito (ou, arrondissement) é, além de um refúgio sossegado, uma variação ao típico modelo das edificações de Paris.
Em alguns trechos as trepadeiras que crescem nos dois lados da rua se juntam em arco ao centro formando um túnel verde. Há casas com fachadas parcialmente cobertas por cortinas de vegetação e outras com arbustos na entrada que cresceram e espalharam seus ramos pelas paredes emoldurando portas e janelas.
Complementando a verdura das trepadeiras, dos arbustos e flores plantados em vasos, enfeites de jardim displicentemente caprichados. Tendo as portas e janelas das casas pintadas em cores vibrantes, toda a rua transmite tranquilidade e alegria.
A Rue des Thermopyles, que já foi uma passagem privada, é hoje em dia uma rua semi-pública, o que significa que os proprietários têm o direito plantar diretamente no solo até a distância de meio metro de suas casas.
Diferente de muitas passagens pitorescas, ainda abundantes em Paris, a Rue des Thermopyles é aberta ao tráfego público, ou seja, não depende da abertura de um portão em horário comercial nos dias úteis para o acesso a algum consultório, oficina ou loja que funcione no endereço.
A beleza da Rue des Thermopyles não se limita a seu aspecto exterior. Seus moradores têm uma atuante relação com o bairro. Além do habitual costume de dispor na calçada livros móveis e outros objetos para doação, participam ativamente do jardim comunitário, no número 4 da rua, o “Jardin Partagé des Thermopyles”.
A habitual tranquilidade da rua é quebrada a cada ano com a “Fête des Thermopyles” que acontece no mês de junho na noite da primeira sextas feira e sábado do verão com exibição de filmes ao livre, shows, atividades infantis, artesanato e feira de objetos usados.
Apesar de não aparentar, a Rue des Thermopyles tem sua porção “celebridade”. Além de possuir uma obra da famosa artista de rua Miss-Tic, foi cenário de um dos quadros do filme de 2006 “Paris Je T’aime”.
Sendo uma via pública, a rua pode ser visitada a qualquer hora. A estação de metrô mais próxima é a Pernety, na linha 13. A Rue des Thermopyles, que em alguns mapas é grafada “Thermophiles”, começa no 32 da Rue Didot e termina no 87 da Rue Raymond-Losserand.