Um lugar para deixar as malas pode ser uma boa carta na manga de um viajante. Muitas vezes, sem necessariamente estar hospedado, um roteiro que inclua algumas horas em uma cidade só é viável se sem bagagem. Livre do peso, da responsabilidade ou do incômodo que o volume possa causar, ganha-se mobilidade e autonomia quando os pertences podem ficar seguramente abrigados em providenciais guarda-volumes, luggage-lockers, consignes, deposito bagagli, consignas, gepackschliessfache e outros equivalentes.

Deixar a bagagem no hotel por algumas horas depois de fechada a conta, ou mesmo antes do check-in é sempre a mais econômica das alternativas, porém pode não ser a mais prática. Se for para perder uma hora na ida e outra na volta preso no tráfego ou em baldeações de metrô, pague um guarda-volumes e compre seu sossego por pouco mais que duas passagens.

Embora os guarda-volumes sejam encontrados em locais previsíveis, como aeroportos, estações de trem, terminais de ônibus, escritórios de turismo ou empresas com essa finalidade específica, não saia arrastando a mala sem ter certeza. Outra informação importante é o horário de funcionamento ou se fecha em um domingo. Seria muito frustrante perder uma viagem por não ter chegado a tempo de resgatar a bagagem.

É também prudente saber que por esse tipo de serviço ter peculiaridades locais, uma sobra de tempo para imprevistos deve ser sempre acrescentada. Em algumas estações de trens na Itália em que é operado por humanos, é preciso deixar uma cópia do passaporte. Máquinas automáticas normalmente aceitam pagamentos apenas em moedas, e nem todos os ambientes possuem máquinas para trocar cédulas por moedas. Na Holanda há os que funcionam exclusivamente com cartões com chips. Na estação de Atocha em Madri, a fila para recuperar a bagagem no guarda-volumes costuma em certas horas ser quilométrica, e por aí vai.

Se você está viajando em grupo e se todos os componentes vão utilizar um guarda-volumes por idêntico período, pode ser interessante testar as opções de capacidade de armazenamento. Dependendo do tamanho das malas, é possível colocar até três delas juntas na posição vertical em um compartimento grande reduzindo os custos e o tempo para recuperá-las.

Mesmo que inteiramente óbvio, não custa lembrar:
– Prefira, se ainda estiverem disponíveis, os compartimentos mais baixos para não ter que sacrificar, por pelo menos duas vezes, sua pobre coluna;
– Nos guarda-volumes automáticos feche as portas depois de ter absoluta certeza de que tudo o que você vai precisar está à mão. Abrir novamente para pegar o “casaquinho terracota” pode custar um novo aluguel;
– Nunca, mas nunca mesmo perca a chave, o código de abertura ou o cartão de acesso. Sim, é claro que tem jeito, mas a solução pode acontecer pouco depois da partida do seu trem.